#euvivi - Doença de Graves - Tratamento com drogas antireoidianas


Existem 3 modalidades diferentes de tratamento para o hipertireoidismo: drogas, radiação ou cirurgia. A escolha da mais adequada deve levar em conta dados individuais dos pacientes como idade, gravidade do quadro e causa do hipertireoidismo.

As duas principais drogas usadas no tratamento do hipertireoidismo são o metimazol (tapazol) e o propiltiuracil. Ambas agem impedindo a produção de hormônios pela tiroide. O seu efeito demora em média 3 semanas, já que essas drogas apenas impedem a síntese de novos hormônios, não tendo efeito sobre aqueles já produzidos e circulantes.

Para um controle rápido dos sintomas, pode-se usar drogas beta-bloqueadoras como os famosos propranolol ou atenolol.

Cerca de 30% dos doentes conseguem, após 2 anos, suspender definitivamente o medicamento sem apresentarem retorno do hipertireoidismo. Porém, a maioria permanece dependente dessas drogas.

Como os efeitos colaterais são comuns e, às vezes, graves, outras modalidades terapêuticas são necessárias.

Pois bem, comecei a tomar o metimazol em Abril de 2015, com dose de 10 mg diários (1 comprimido) e também foi receitado um betabloqueador para diminuir os sintomas, o propanolol 40 mg diário (1 comprimido). Após 3 meses tomando as duas medicações eu tinha a sensação de que todos os sintomas da doença só pioravam, eu já não dava mais conta de cuidar da minha casa e dos meus 2 filhos, pois meu esgotamento era enorme e na época eu trabalhava em uma empresa que era bem distante da minha casa.

No retorno para a consulta, já com mais exames em mãos (os que acusaram que eu era portadora da doença de Graves), o médico aumentou a dose do metimazol para 30 mg diários (3 comprimidos) e do propanolol 120 mg (3 comprimidos manhã, almoço e jantar). Ai foram se passando mais dois meses, eu sentindo uma piora significante, perdi peso em que as pessoas olhavam para mim e perguntavam até se eu tinha alguma doença contagiosa ou se eu fazia uso de algum tipo de droga ilícita. Eu tinha vergonha de sair de casa, só saia para trabalhar. Roupas para mim eram um sacrifício, pois nos dias quentes eu deveria usar uma roupa mais leve e com os braços e pernas de fora por não suportar o calor que é absurdo para quem tem Graves, mas eu tinha vergonha de usar, pois até hoje não sei, nem os médicos sabem a causa do aparecimento de feridas como se fossem catapora por todo o meu corpo, mas principalmente braços, colo, costas e pernas.

Passado mais 3 meses da ultima consulta, enfim chegou o dia tão esperado por mim para que eu pudesse conversar com o médico sobre outro tipo de tratamento que pudesse ser eficaz e que me deixasse mais confortável. Expliquei pra ele que pesquisei muito na internet sobre os tratamentos e que no meu caso, eu optaria pela iodoterapia, pois já não aguentava mais tantos sintomas que se misturavam com os efeitos colaterais da medicação. E o médico com toda sua falta de respeito dizendo que ele quem havia estudado para saber o que era melhor para o paciente, me disse que no tratamento com a medicação já prescrita desde o inicio seria mantida por mais 1 ano e 6 meses, pois esse era o tempo que levaria para que fizesse efeito, mas a cada mês que se passava, os exames que eu fazia não mostravam nenhuma melhora e nem baixa dos hormônios que estavam explodindo dentro de mim. Nessa consulta ele aumento a dose para 60 mg de metimazol (6 comprimidos por dia) e mais 6 injeções de um corticoide para diminuir a inflamação da glândula (1 injeção por semana).

Na minha primeira consulta, eu levei um ultrassom em que minha tireóide já estava com um volume 26,2 centímetros cúbicos, já era de se notar o bócio quando eu fazia movimentos para levantar a cabeça. Isso me incomodava e muito, pois as pessoas ficavam me olhando, as vezes até debochando por eu ter um volume grande no pescoço. No último ultrassom, minha tireóide já tinha um volume de 47,2 centímetros cúbicos, e para que as pessoas notassem, já não era necessário fazer mais movimento de levantar a cabeça, bastava eu sentar ou fica em uma posição mais ereta que o bócio já era notado. Foi então que eu resolvi procurar mais um médico, queria que me ajudassem, já não era mais possível pra mim suportar tantas coisas que a doença me causava, e esse médico me disse que o aumento do bócio era um dos efeitos colaterais do metimazol.
Primeiro Ultrassom - Março de 2015

Último ultrassom - Outubro de 2015

A consulta com o médico que me informou que o bócio aumentava por conta da medicação foi a decisiva, enfim (só que não) recebi dele o tão esperado encaminhamento para o tratamento com o iodo 131. Só que meu encaminhamento foi para a secretaria de saúde do município que eu moro e parece que esqueceram em alguma gaveta por lá, pois se passaram meses e ninguém retornava me informando a data do tratamento ou consulta para dar início ao tratamento definitivo.

Foi então que conheci uma pessoa da minha cidade mesmo, que trabalha no hospital estadual Padre Bento na cidade de Guarulho que conseguiu uma consulta com a endocrinologista deles. Gente, vocês não tem noção da minha decepção ao ver que era um hospital universitário (olha o meu preconceito). Eu achei que demoraria mais um ano até que essa médica conseguisse me enviar para o tratamento. Mas como não se julga o livro pela sua capa, eu fui surpreendida pelo atendimento deles, extremamente atenciosos, 6 estudantes no consultório, todos me examinaram, informaram meu diagnóstico para a médica professora e ela de imediato receitou o metimazol 100 mg diários (10 comprimidos) e pediu que eu agendasse uma consulta com ela para o mês seguinte, pois ela conseguiria me encaminhar para a iodoterapia.

As palavras dela foram um alívio, pois eu já estava somando 18 comprimidos por dia (metimazol, propanolol, antidepressivo e calmantes). Parece que naquele momento as palavras dela fizeram mais efeito que a medicação que estava sendo administrada. Desse dia por diante, até o dia da dose do iodoradioativo, eu tive tanta disposição para tudo, nem acreditava que a velha e boa Priscila estava voltando para o meu corpo e para a minha mente.

Vou finalizar o post por aqui, senão ficará muito longo, mas quero que vocês perguntem nos comentários as dúvidas de vocês, sei que não sou médica, mas no que eu puder ajudar e puder esclarecer eu farei por cada uma de vocês que está passando por isso.

Espero que tenha gostado desse post da série sobre a Doença e Graves. Até amanhã e espero ter ajudado. Um grande beijo!!!

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SOBRE PRISCILA

Priscila, 33 anos, mãe, design gráfico. Em transição capilar desde março/2015. Vivendo intensamente a liberdade dos cachos.

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